quinta-feira, 8 de abril de 2010

A evolução do garfo


Na Idade Média, o garfo era fabricado somente com duas pontas (dentes). Era considerado um objeto raro e luxuoso, com alça de cristal ou marfim.
Na França, por volta do Século XVII, comia-se valendo-se dos dedos. O famoso escritor de obras sobre literatura e religião, Erasmo de Roterdão (Desiderius Erasmus Roterodamus) recomendava pegar a carne “com três dedos”, por ser um gesto mais elegante.
No Século XVI, coube à rainha Catherine de Medicis introduzir o uso do garfo. O filho dela, Henrique III, ao ser convidado a participar de uma festa oferecida pelo Duque de Veneza, ficara intrigado com um utensílio disposto na mesa, o qual já era utilizado na cidade italiana de Veneza desde o Século XI e desconhecido por ele.
Tratava-se de um objeto com alça finamente trabalhada em chifre, marfim ou pedra, com duas pontas afiadas. Inicialmente, o garfo se apresentava sob um nome pomposo de “forchetta” (equivalente em francês a fourchette). O engenhoso acessório foi apresentado ao rei com a dupla intenção de pinçar a carne de maneira elegante, do que fazê-lo com os dedos, ou a ponta da faca, a fim de evitar manchar o lenço engomado com preguinhas, usado na altura do pescoço segundo a moda de época.
Na verdade, este utensílio servia pouco na mesa, facilitava o corte da carne, permitindo liberar pequenos pedaços da mesma da panela, macarrão, pastas de frutas secas e bombons com a finalidade de evitar sujar-se os dedos.
Levou bastante tempo para que se difundisse o uso do garfo de dois dentes. O primeiro avanço à mesa foi a utilização de erguer-se a comida no prato, ou pinçar a carne.
O uso do garfo para levar os alimentos do prato à boca iniciou-se somente no final do Século XVIII. Em 1640, o garfo ganha o terceiro dente e em 1680 adiciona-se o quarto.
Os garfos clássicos foram fabricados com materiais preciosos: prata; ouro; vermeil; e decorados com figuras ou cristais.
No Século XVIII, os garfos e facas foram ricamente fabricados, criando o hábito nobre de que os convidados levassem os próprios utensílios para a mesa de banquete.
Houve, então, o surgimento das regras de etiqueta para os alimentos que podiam ser levados à boca usando-se a mão. Ficara restringido ao: pão, frutas, amêndoas, e ostras. Foram denominadas como regras do savoir vivre, impressas e difundidas, e reinando até aos dias atuais.

uma idéia de quantos tipos de garfos existem atualmente


um belíssimo exemplar do utensílio para se comer


os quatro dentes de um garfo







4 comentários:

  1. Vou imprimir as fotos dos garfinhos e suas funções para quando for em um jantar chiquérrimo, de pessoas bem tradicionais, não fazer feio.
    Certamente isto deverá ocorrer em Paris, onde mora minha afilhada, porque aqui no Rio, não vejo mais jantares tão pomposos. E sei lá se vou em algum castelo em que os donos ainda usam tudo isto...
    Adorei o tópico. Sempre de muito bom gosto e educativo.

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  2. Prezada Eliane,

    É quase impossível reunir a quantidade de garfos existentes. Entretanto, eles existem sob várias formas. Posso afirmar-lhe, que na prática, os garfos foram, com o passar do tempo, reduzidos aos atuais 3 tipos básicos: o de quatro dentes maior (serve para uso geral),o de peixe, e o de sobremesa (frutas e bolos).
    Sinto-me lisonjeada em saber que vai usar a referência do meu blog para difundir os bons modos da etiqueta. Seja em que país onde isto venha ocorrer, sob sua orientação.
    Cordialmente,
    Martha Galli

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  3. somos de uma escola em portugal e estivemos a fazer um trabalho sobre a evoluçao do garfo, e o seu blog ajudou-nos imenso, o texto está muitissimo bem redigido e o esquema dos 13 garfos ajuda-nos a ter uma ideia do quão o garfo "evoluiu" mais uma vez obrigada :)

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  4. Prezado(a) Leitora;

    Sinto-me profundamente satisfeita ao saber que um artigo postado em
    meu Blog tenha
    surtido efeito imediato, principalmente numa escola. Esta é a melhor
    forma de propagar
    conhecimentos, principalmente na arte da etiqueta social.
    Agradecidamente,

    Martha Galli

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